O Clube Naval de Cascais MENSAGEM DO PRESIDENTE

MENSAGEM DO PRESIDENTE

Mensagem de fim de ano - 2023

Estimados Sócios,

Nesta, que é a última edição publicada em 2023 da Hippocampus, tenho, igualmente, o privilégio de a todos vós dirigir-me, por este meio, pela derradeira vez no ano que se apresta a findar. E isto numa quadra normalmente dedicada à família, mas que costuma servir, também, para fazer um balanço dos doze meses então passados. E não serei eu a quebrar essa tradição.

Se me cingir apenas aos temas abordados nesta edição da nossa revista, não posso se não concluir, por um lado, que o ano de 2023 foi benfazejo, e de inúmeros êxitos, para as cores do Clube Naval de Cascais; e que o nosso clube está bem, recomenda-se e tem pela frente um futuro risonho. Só as páginas dedicadas às notícias relativas à nossa actividade, e à dos nossos velejadores e sócios, só podem encher de orgulho todos nós os inúmeros títulos por estes conquistados, quer nacional, quer internacionalmente, assim como o êxito que pautou a esmagadora maioria das nossas organizações. Sem falsas modéstias, não será fácil negar que o CNCascais continua a ser a grande referência da vela em Portugal.

Ainda assim, é natural que alguns feitos e eventos mereçam uma palavra de especial apreço. Neste particular, destaque obrigatório para o título de Campeões Europeus de J70 conquistado por uma tripulação integralmemte portuguesa: Vasco Serpa, Diogo Machado Pinto, Paulo Manso e Hugo Rocha, que levaram a melhor sobre praticamente meia centena de contendores. Um feito notável, que muito contribuirá para o desenvolvimento em Portugal da maior classe de monotipos de quilha do mundo, e, mais uma vez, com o CNC na linha da frente: organização, já em 2023, da Invitational Cup e do Campeonato Nacional da classe; de um Campeonato de Inverno que se prolongará por 2024; e do Campeonato do Mundo de J70 em 2026. Indubitavelmente, iniciativas que trarão a Cascais alguns dos nomes mais ilustres que costumam competir a bordo destes barcos tão especiais.

Quem também continua a somar e seguir é o nosso Comodoro Honorário. Com uma tão longa quanto ilustre carreira desportiva na vela, repleta de vitórias, abandonou a classe 6M com um invejável número de sucessos, (merecidamente) reconhecidos pelos seus pares, mormente na pessoa de Juan Carlos I, Rei Emérito de Espanha, também pelo contributo que deu para o desenvolvimento da classe. Mas, como seria expectável para quem bem o conhece, Patrick Monteiro de Barros não ficou, propriamente, em terra, e, desta feita, na companhia de mais um ilustre sócio do CNCascais, Paulo Mirpuri, decidiu abraçar novo projecto, agora nos clássicos. Resultado? Também neste caso, com uma tripulação totalmente composta por velejadores portugueses de grande gabarito, domínio praticamente absoluto do lindíssimo Falcon no principal campeonato da modalidade, traduzido numa vitória final que não mereceu qualquer tipo de contestação, e que, na prática, equivale ao título de Campeão do Mundo, que só não é nomeado como tal por questões meramente formais.

De entre as organizações levadas a cabo pelo Clube Naval de Cascais no último quadrimestre, menção incontornável para duas: na 21ª edição do Cascais Vela, porventura a mais emblemática prova do calendário da vela português, o número de inscritos e a acérrimas competitividade falam por si; na Regata de Natal, mais um ícone do CNC, competição na água, salutar convívio em terra, e velejadores dos 8 aos 70 anos, são dados mais do que ilustrativos da importância deste campeonato.

Quanto ao futuro, a curto e médio prazo, duas notas. A primeira vai para o elevado número de novos sócios, das mais diversas nacionalidades, que continuam a querer fazer parte da vida do Clube Naval de Cascais, confirmando, sem margem para dúvidas, o seu estatuto de clube multicultural. A segunda vai para a excelente entrevista dada à Hippocampus por Miguel Pinto Luz, Vice-Presidente do Clube Naval de Cascais: como é seu timbre, de forma absolutamente desassombrada, não só confirma a importância decisiva que o CNC tem para a vida de Cascais, e não só no plano desportivo, como deixa mais do que um vislumbre dos muitos melhoramentos que o clube irá receber nos próximos tempos, sempre em parceria com a edilidade, e que são determinantes para um futuro que se anuncia, pelo menos, tão meritório quanto o seu presente e o seu passado.

Tudo isto, e muito mais, são boas leituras que esta Hippocampus lhe oferece para a presente quadra natalícia. Pela minha parte, só me resta a todos desejar um Santo Natal, com muita saúde, e a paz de que o nosso mundo tanto precisa, e um fantástico ano de 2024.

PS – a vida é a vida, e nem sempre tudo são alegrias. Uma palavra muito especial para a família de Fernando Amaral, Comandante da Marinha Mercante, que nos deixou fisicamente no passado dia 14 de Outubro, e cuja vida esteve sempre ligada ao mar em diversas vertentes, nomeadamente à modalidade da vela - desempenhando funções executivas em diversos clubes náuticos. e como Oficial de Regata ou Juiz em Comissões de Protesto. Também foi, para tantos, nomeadamente para os amantes desta modalidade, um companheiro e um amigo, alguém com uma personalidade única e divertida, sempre pronto para contar uma boa anedota. Ligado à organização de inúmeras provas nacionais e internacionais, com destaque para as primeiras Voltas a Portugal à Vela, que se distinguiram no panorama desportivo das classes de cruzeiro nos anos de 1990, foi, ainda, um dos precursores das regatas das Classes de Modelos, tendo dedicado parte do seu tempo de lazer à construção de réplicas de embarcações em miniatura.

Gonçalo Esteves
Presidente do Clube Naval de Cascais